sábado, 17 de abril de 2010

Reflexões do Estágio: etapa de observação



Para a formação do profissional de educação, a etapa prática do estagio (observação e regência) se faz imprescindível, visto que é o momento de captar a realidade, de perceber a dinâmica estrutural, organizacional e didática da escola, onde a compreensão do cotidiano institucional é a condição básica, o pré-requisito, para qualquer projeto de intervenção. Para tal, a fase de observação, deve ser encarada como um diagnóstico, levantamento de dados, informações e situações, ou até mesmo, a negação ou antecipação da identidade profissional, em que pode vista questões cruciais da carreira docente, como, cenário de trabalho, desigualdades entre as classes socais, relações interpessoais, peculiaridades do ensino público, estrutura física e orgazicional , etc.
Com o intuito de conhecer o cenário educacional público para planejamento de uma possível intervenção, aconteceu no período de 22 a 26 de março na Escola Municipal Franz Gedeon, situada na rua Maria Adélia, s/nº, Jequiezinho/Jequié/BA, a primeira etapa do Estagio Supervisionado 2010, a observação do contexto escolar, que passou pela rotina, estruturação física e organizacional escolar até a prática de sala de aula do professor.
Sabendo que, não se pode construir saberes docentes concretos, sem a junção do conhecimento teórico com o prático, o momento reservado a observação é o encontro/confronto das proposições teórico-metodológica dos estagiários com a realidade da rotina, da ação pedagógica dos professores, do contexto social dos alunos, papel e funções da escola e, especialmente do sentimento de identidade de pertença a este espaço ou não.
Por fim, a observação da escola, nos permitiu conhecer e adentrar a realidade desta, favorecendo a nossa interação com alunos, professores e funcionários da instituição, para que, em breve possamos retornar para realizar um bom trabalho de intervenção.

A Pesquisa como Eixo de Formação Docente
Maria Tereza Esteban e Edwiges Zaccur
Com o distanciamento cada vez maior da teoria e prática, acrescido da fragmentação formativa dos cursos de licenciatura e da “inutilidade” do processo educacional que este aí posto, apesar dos avanços, a escola e os modelos de ensino-aprendizagem tradicional, ainda estão formando uma geração de alfabetos funcionais.
Em consenso com as idéias de Esteban e Zaccur (2002), uma contra proposta a esta situação, seria o investimento em pesquição-ação, ou seja, a pesquisa feita por aqueles que se encontram no lócus da ação, que vivenciam cotidianamente a constante heterogeneidade da sala de aula, ou seja, o professor. Segundo as autoras, “é fundamental que o professor/a se instrumentalize para observar, questionar e redimensionar seu cotidiano”.
Para tal, a prática tem que ser vista como ponto de partida, pois é dela que emerge as questões, as necessidades e as possibilidades de recomeço, assim é ela que esboça os caminhos a percorrer. Enfim, o educador deve ter um olhar investigativo, questionador sobre o cotidiano, auxiliado pelos conhecimentos que já se tem, visto que a centralidade do processo de formação, seja ela profissional ou pessoal, está na desconstrução e construção do conhecimento.
Assim, o constante movimento da ação-reflexão-ação gera transformações, ora pela compreensão real do fenômeno, ora pela busca de ações assertiva devido ao conhecimento profundo do problema.
Portanto “a concepção do professor pesquisador apresenta formas concretas de articulação, tendo a prática como ponto de partida e como finalidade, sem que isto signifique a supremacia da prática sobre teoria”. (Esteban e Zaccur, 2002).